Thiago de Lima Santos, mais conhecido como Thiago Marreta, nascido no Rio de Janeiro, é um lutador profissional de artes marciais que já lutou pelo UFC e atualmente compete pela PFL na categoria dos meio-pesados.

Marreta treina na Tata Fight Team e é professor de Muay Thai. Ele também é Auxiliar de Precursor Paraquedista do Exército Brasileiro da reserva não-remunerada.

Atleta profissional de MMA desde 2010, com seu estilo de luta agressivo e contundente, Marreta já faturou bônus de luta e performance da noite no UFC em alguns de seus nocautes.

Também garantiu o cartel de 8 vitórias e 2 derrotas, sendo assim, 4 vitórias por nocaute, 1 por finalização e 3 por decisão.

Para conhecer mais um pouco da vida e da carreira de Thiago Marreta, leia na íntegra a entrevista.

O que te motivou a entrar no mundo da luta?

Então, o que me motivou a entrar no mundo da luta foi o espírito competitivo.
Eu sempre gostei de competir, de me testar, sempre busquei desafios desde criança, aí comecei a praticar capoeira e, na época, também comecei a assistir Vale Tudo na televisão e mais alguns outros esportes de combate. Depois procurei alguns esportes que eu pudesse ser mais competitivo e usar mais a minha força física, aí conheci o Muay Thai, e do Muay Thai eu acabei indo para o MMA.

Mas as coisas aconteceram assim bem, bem naturalmente, não foi algo que eu decidi “ah, vou ser lutador de MMA”. Não, fui fazendo outros esportes, e aí desse esporte fui indo para outro, fui encaminhando para outro, até que cheguei no MMA.

Apesar de ser conhecido nacional e internacionalmente como lutador, você teve um passado militar, certo? Conte um pouco de como foi essa fase (como entrou, o que fez e quanto tempo ficou).

Sim! Eu fiquei 7 anos da minha vida na carreira militar, onde eu servi na brigada de infantaria paraquedista, e lá eu fiz outros cursos de especialização, como o curso de auxiliar, que é uma companhia especializada dentro da brigada paraquedista, no qual fiz curso de operações na selva, curso de montanha, operações na área de caatinga, mergulho autônomo, e diversas especialidades dentro desse curso.

Foi uma fase muito boa da minha vida, aprendi muita coisa dentro do exército. Toda disciplina, todo controle mental me ajuda muito na luta e na vida pessoal também, então aprendi muito e foi uma fase muito boa.

Atualmente você reside nos Estados Unidos, onde a realidade armamentista é totalmente diferente da do Brasil. Baseado na sua vivência, qual sua opinião a respeito e qual modelo de sociedade você acredita ser o certo?

Verdade, hoje em dia eu moro nos Estados Unidos, faz 4 anos que eu tô de vez aqui. Há 10 anos que eu vou e volto só para fazer treinamento, mas há 4 anos eu decidi morar aqui na Flórida, e aqui realmente tem uma flexibilização para adquirir armamento, é totalmente diferente do Brasil.

Eu acho que funciona bastante. Na minha opinião, todo mundo tem o direito de se defender, defender sua residência e seus entes queridos, então eu acho que diminui bastante a criminalidade, no sentido de tentar alguma coisa sabendo que do outro lado tem alguém que tá nas mesmas condições de você, que tá portando uma arma também e tem todas as condições de se defender.

Eu sou super a favor, desde que, é claro, tudo seja dentro da legalidade. Tendo um preparo, tendo um curso, uma preparação tanto mental quanto de conhecimento do armamento, saber lidar com o que você vai utilizar… tudo sendo bem coordenado, bem fiscalizado e tudo dentro da lei, eu concordo plenamente com a liberação do armamento.

Qual o motivo do apelido “Marreta”? Como surgiu o apelido que faz você ser conhecido no mundo inteiro?

Então, o apelido de “Marreta” surgiu devido às minhas lutas de Muay Thai. Eu nocauteava muito, cheguei na TFT, a academia que eu treinava no Rio de Janeiro, e eu não tinha apelido. Aí eu comecei a competir pela academia, comecei a lutar Muay Thai e nocauteava muito, ganhava as lutas sempre por nocaute, nocauteava meus adversários. Daí o Mestre falou “pô, parece que tem uma marreta nas mãos, cara! Você acerta os caras, os caras caem. Deixa eu botar um apelido em você, botar um apelido de Marreta”.

Eu odiei o apelido, né. Eu queria que fosse “PQD”, que é a sigla de “paraquedista”, mas já tinha um paraquedista lá na academia, então ele falou “não, dois PQD não”. Devido aos meus nocautes, ele falou “Marreta”, aí eu odiei o apelido, e quando você não gosta, aí é que acaba pegando mesmo né.

Mas depois eu fui me acostumando. Comecei a lutar MMA e também comecei a nocautear meus adversários, principalmente por cima ali, “marretando” que se fala, né?! Então acabei vestindo o personagem, fiz uma tatuagem no peito que cobre uma cicatriz que eu tive de uma doença rara, na qual eu tive que fazer uma cirurgia, então acabei cobrindo com a marreta, vesti o personagem, e pegou.

Qual você considera o melhor momento na sua carreira militar e o melhor momento como lutador profissional?

Cara… é difícil considerar assim apenas um momento na minha carreira militar e na luta, mas vamos lá! Na minha carreira militar, um ponto que me marcou bastante foi o curso de auxiliar de precursor, quando concluí o curso que é muito puxado e seleciona demais os combatentes, foi uma conquista muito grande para mim, e na carreira de lutador, com certeza foi a luta que eu disputei o cinturão contra o Jon Jones. Infelizmente eu não saí com a vitória, acabei perdendo por decisão, mas foi uma luta muito dura na qual me superei bastante devido às minhas lesões, e para muitas pessoas eu venci aquela luta, então foi uma luta também que marcou a minha carreira.

O que é a liberdade pra você?

Então, liberdade pra mim é quando, dentro da lei, dentro da legalidade, você tem o direito de ir e vir e o direito de se defender ou defender a sua família. Isso é Liberdade. Na minha opinião, você ter o direito de ir vir é você ter a liberdade de ir aonde você quiser. Você tem a liberdade de ter um armamento, de poder se defender, defender sua família. Se é tudo dentro da lei, tudo dentro da legalidade, então isso é liberdade.

Com toda a sua trajetória e legado construído até hoje, que iniciou no Rio de Janeiro e se estende até os dias atuais na Flórida, que conselhos você daria pra quem gosta de esporte, principalmente artes marciais, e quer entrar pra esse mundo?

O conselho que eu daria pra galera que gosta do esporte e que quer entrar no mundo do esporte é que você precisa ser muito persistente. Não pode desistir nos primeiros percalços, não pode desistir com as dificuldades, porque você vai encontrar muita dificuldade, principalmente no nosso país, no Brasil. É muito difícil a gente ter um apoio, principalmente no início de carreira, então tem que ter muita persistência, uma mente blindada, ser muito forte.

Se cercar, se rodear de pessoas que realmente te amam, que realmente gostam de você e torcem por você, e querem te ver bem, entende? Se afastar de pessoas negativas que te botam pra baixo, que te desanimam, que te colocam longe dos seus sonhos, dos seus objetivos.

Acho que esse é o conselho que eu dou: muita persistência, muita garra. Não se abater nas quedas, nos percalços da vida, e se rodear de pessoas boas. Muita fé em Deus e foco no seu objetivo, e não desista. Caminha, caminha…. e só siga em frente. Se dedica, se dedica 100%, você vai chegar.

Agradecemos imensamente ao Marreta pela entrevista e #tamojunto acompanhando os preparativos para a sua próxima luta, marcada para o final de 2023.

INVICTUS

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