Pastor, pai de família e instrutor de armamento e tiro, Baret Fawbush, mais conhecido como @truexodus pelos seus seguidores nas redes sociais, rapidamente se tornou uma grande referência entre atiradores e uma verdadeira lenda do porte e saque velado.

Durante a sua recente passagem pelo Brasil, onde ministrou diversas aulas e palestras sobre saque velado, Baret Fawbush visitou o HEADQUARTERS da INVICTUS e aproveitamos a oportunidade para bater um papo com o “Pastor Atirador”.

Fizemos algumas perguntas com o objetivo de conhecer melhor a trajetória desse guerreiro, e entender de que forma sua vocação como pastor se relaciona com sua atuação no mundo do tiro. Quer conferir o resultado? Acompanhe a leitura:

Como você iniciou no mundo das armas e do tiro?

Eu era um estudante na faculdade bíblica, e em uma infeliz ocasião, uma menina sofreu um estupro quando eu ainda estava estudando lá. Pensei na minha namorada na época, com quem eu planejava me casar, e percebi que, se Deus tinha um chamado para mim, de ser o provedor e protetor da minha família, isso significava que eu tinha que treinar.

Sou um cara pequeno, tenho 1,82 m, mas peso 70 kg. Então ser grande, forte e ter a capacidade de lidar com ameaças não era algo que eu conseguia me ver fazendo. Foi aí que comecei a treinar com armas de fogo. Treinava toda semana, três ou quatro vezes por semana e fiquei bom nisso.

Como sou professor, educador profissional e também sou estudante, foi fácil ensinar outras pessoas a atirarem. Então quando comecei a ministrar na minha primeira igreja em 2010, comecei a treinar as pessoas da comunidade para promover a segurança e o uso responsável de armas de fogo.

Tudo isso foi em 2010. No final de 2014 abri minha conta no Instagram, e em abril de 2015 eu tinha apenas mil seguidores. Em julho de 2015 já tinha 25 mil seguidores e até o final daquele ano já alcançava 150 mil seguidores. No ano seguinte atrai mais 150 mil seguidores, e a história continua…

Porque você se denomina “Truexodus”?

Eu jogava muito vídeo game quando estava no ensino médio e na faculdade e, por diversão, me nomeei “Exodus 20:13” que significa “Não matarás”. Na época achava engraçado e irônico ficar jogando jogos de ação, matando coisas e outros jogadores enquanto usava esse nome.

Não sei por que, mas achava engraçado, e depois me tornei parte de um time que se chamava “The Real Untouchables” (“Os Verdadeiros Intocáveis”, em tradução livre) e não dava para encaixar o “20:13” no final de “Exodus”, então se tornou “T.R.U.Exodus” e por fim “@truexodus”.

Como você decidiu que iria se dedicar profundamente à técnica do saque velado?

O porte e saque velado foi algo que veio muito naturalmente para mim, principalmente porque na época eu estava fazendo aulas com muita gente, e todos eles eram policiais ou militares.  Então o nível de porte velado deles incluía cintos de batalha com jaquetas por cima, sacando por fora da cintura. Eu nunca via ninguém que realmente estivesse ensinando sobre saque velado. Então, quando comecei a fazer aulas de simunição e outros tipos de aulas, percebi que estava “morrendo” nas aulas de simunição porque não conseguia sacar a pistola do coldre rápido o suficiente.

Foi aí que decidi aprender a fundo o processo de tudo o que eu faço, e me comprometi com isso. Como um pregador do Evangelho, eu não posso simplesmente aparecer na casa das pessoas com uma arma na cintura, ou uma arma aparecendo pela minha camiseta. Isso não pega muito bem. Então para mim, que prego o Evangelho aos domingos de manhã e ministro para as pessoas, vou à hospitais ou qualquer outro lugar, o porte velado se tornou algo muito importante na minha vida.

Qual foi o ponto de referência que você determinou como objetivo em seus treinos?

Meu ponto de referência foi o tempo, um timer. Minha esposa e meu filho me deram um Shot Timer no Dia dos Pais num ano desses, e então eu olhava para o timer e queria ir cada vez mais rápido. Na medida em que fui evoluindo, os intervalos foram ficando cada vez menores até se tornarem inferiores há um segundo.

Acho que o padrão é a “regra dos 21 pés” (6,4 metros), que diz que um agressor consegue percorrer essa distância antes que você consiga sacar a sua pistola, isso dá em torno de 1,5 segundos. Então o que fiz foi pegar esses 1,5 segundos e reduzir eles para 1 segundo, e fui reduzindo cada vez mais.

No que diz respeito a armas, qual é a sua escolha principal, e por quê?

Glock 19 é a melhor. A Glock 19 opera em todas as condições que a maioria das armas não opera. Uma Walter PPQ M2 também irá operar em todas as condições. Se você estiver lutando por uma pistola existe uma alta probabilidade dela entrar em contato com o chão ou qualquer que seja o ambiente em que você estiver, como terra, areia, água etc.

Eu também devo assumir que se estou lutando pela minha pistola, isso irá induzir o travamento do equipamento ou outro tipo de mal funcionamento onde eu vou precisar dar tapa e golpe.

Então, em qualquer meio ou ambiente em que eu estiver, tudo precisa funcionar perfeitamente. A Glock fará isso, a PPQ fará isso e não há muitas outras armas que farão isso.

O que motiva você a acordar todos os dias e fazer o que você faz?

O Evangelho. Quando faço uma postagem no Instagram normalmente alcanço mais pessoas do que eu conseguiria colocar dentro de uma igreja em dia de culto. Levo isso muito à sério. Deus me deu uma plataforma para pregar e ensinar a Palavra de Deus, para ser um exemplo do que é ser um homem, que protege e provê para sua família, e eu não preciso pedir permissão para ninguém para fazer isso. Deus me pôs em um caminho e continuarei a trilhá-lo até Ele tirar essa plataforma de mim.

Como você encontra o equilíbrio entre ser pastor e atirador?

Se algo acontecesse, seja nos Estados Unidos, no Brasil ou em outro lugar, e pessoas más viessem e começassem a atirar, o único recurso contra isso seriam pessoas boas que estivessem prontas e dispostas a atirar de volta. Essa é a única opção, não há outra opção.

Então compreendo, que a coisa mais benéfica que posso fazer pela minha família e por todo mundo, é ser essa pessoa que poderia conter uma ameaça. Ser uma pessoa capaz de representar uma força formidável contra essa ameaça.

Sei que muitas pessoas enxergam uma oposição entre ser pastor e ser atirador, mas não há oposição. Para essas pessoas eu simplesmente recomendaria que lessem as Escrituras, elas são bem claras em relação ao papel dos guerreiros, como Davi e até mesmo Jesus. Me parece natural querer amar o próximo na melhor das minhas capacidades e amar o próximo também é proteger sua vida.

Por exemplo, no tiroteio em Uvalde, no Texas, havia 19 policiais esperando nos corredores da escola enquanto 19 crianças eram assassinadas. Nós não olhamos para isso e dizemos “oh, esses são bons homens.”. Nós olhamos para isso e dizemos que “estes homens são covardes.”  Falamos que eles fizeram a coisa errada e não agiram prontamente de acordo com suas habilidades e treinamento.

Gosto de pensar que você não iria querer outra pessoa do seu lado, senão eu, caso algo ruim assim acontecesse. É para isso que treino. Não conheço outra forma de amar o próximo que não seja zelando pela sua vida, orando por ele e ensinando a Palavra de Deus.

O que o motivou a vir ao Brasil?

Rich Graham e a Titanium Tactical foram grandes motivações. Vi que Rich Graham veio para o Brasil ministrar muitas aulas, e que já estava aqui há 10 anos. Então, basicamente, liguei para ele e disse: “ei Rich! eu amaria ensinar no Brasil, acho que seria incrível!”.

Amo o Brasil e os brasileiros, faço bastante trabalho missionário no país, ajudo outros missionários a perfurar poços d’água para os necessitados, e isso significa muito para mim. Gosto da ideia de um dia trazer minha família para cá, para que meus filhos possam ver esse lindo país também.

Sem dúvidas foram Rich Graham e a Titanium Tactical que abriram o caminho para mim, e as pessoas que conheci desde que vim são pessoas simplesmente incríveis, eu não poderia elogiá-las o suficiente.

Você tem alguma mensagem especial que gostaria de compartilhar?

Deus abençoe o Brasil, Deus abençoe as famílias brasileiras. Também diria aos homens que eles precisam ser homens, precisam cuidar de suas famílias, precisam ser fiéis e amar suas esposas, como Cristo amou a Igreja, e morrer por elas se for necessário. Precisam amar seus filhos e fazer tudo o que é necessário para criá-los.

Gostaria de dizer que tenho muito orgulho da cultura e do povo brasileiro, porque tem muita coisa que eu amo sobre o povo brasileiro que não encontro nos Estados Unidos, ou nas famílias americanas.

E à INVICTUS, gostaria de agradecer a hospitalidade e por me receber tão bem. Tenho visto a marca por todos os cantos do Brasil, e, sem dúvidas, é uma das melhores!

E então, guerreiro, gostou da entrevista com esta lenda do saque velado, @truexodus? Comente aqui embaixo.

E caso você queira, pode assistir ao bate-papo na integra, em nosso canal do YouTube. A entrevista foi totalmente gravada durante a visita de Baret Fawbush no HEADQUARTERS da INVICTUS. Confira lá também!

INVICTUS

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