Se eu voltasse dois anos no passado e dissesse para você que em breve uma pandemia global começaria e que, além de ceifar vidas, causaria a desvalorização rápida da nossa moeda e mais de 80 mil empresas fechariam suas portas em território nacional, você provavelmente diria que eu estou vendo filmes demais, não é?
Neste pequeno período muita coisa mudou, e pode continuar mudando por um bom tempo ainda. A Pandemia mudou a forma como olhamos o mundo e abriu os olhos de muitos que nunca tinham parado para pensar em preparação antes.
De repente, se tornou válido pensar como fazer um estoque alimentar em casa, como criar maior segurança financeira e muitos até estão repensando seus estilos de vida, planejando deixar centros urbanos para morar em zonas mais rurais. É nesse turbilhão que o sobrevivencialismo entra.
Mas o que é esse “Sobrevivencialismo”?
Se você nunca ouviu falar nesse termo longo, eu resumo: o sobrevivencialismo não é uma ideologia ou um movimento, mas sim um estilo de vida. É uma forma de olhar para sua própria sobrevivência de maneira mais independente, tentando quebrar a visão de dependência excessiva que temos do sistema e adotando uma visão mais direta e autônoma.
A frase que geralmente usamos para explicar o que é nosso estilo de vida é a seguinte: ser um sobrevivencialista é decidir tornar-se responsável pela sua própria vida! Isto é, é tentar depender cada vez menos de sistemas que podem falhar e colocar a sua vida e a de sua família em risco.
Naturalmente pensar em suprir TUDO o que você precisa de forma independente parece ser complexo demais, e de fato é. Por isso que estamos falando de um estilo de vida! Ser um sobrevivencialista exige comprometimento e muito, mas MUITO trabalho.
Quando você decide entrar neste mundo, algumas perguntas geralmente surgem na cabeça:
– Quando não houver mais comida nos mercados, como vou me alimentar?
– E se as ruas se tornarem violentas e a polícia não conseguir mais controlar, como vou me defender?
– Quando o dinheiro deixar de valer, como vou preservar meu patrimônio?
– Alguém da minha família se machucar e não houver médicos ou hospitais, como vou cuidar deles?
A resposta para cada uma dessas perguntas é complexa, longa e exige muito estudo… mas calma! Tudo começa com um primeiro passo, que pode ser dado hoje!
Como começar a ser um sobrevivencialista?
Como o sobrevivencialismo tem uma abordagem muito ampla é bastante provável que você fique sem saber por onde começar e talvez até sinta-se ansioso com o mar de desafios a superar, mas, fique tranquilo, é possível organizar a sua jornada e começar pelo básico! Então, vamos lá:
Crie o seu kit de porte diário: As primeiras urgências que podem surgir no seu caminho exigem ferramentas para serem solucionadas! Por isso, no sobrevivencialismo a cultura do “EDC” (Every day carry kit) é primordial. Ter uma boa mochila com vários equipamentos versáteis é imprescindível para ter opções quando algo não programado acontecer. Exemplos: canivete, lanterna, kit de primeiros socorros, torniquete, jaqueta impermeável e semelhantes.
Construa a sua mochila de emergência: Conhecida nos outros países como a “bug out bag”, esta é uma mochila que contém 72 horas de suprimentos para você usar caso uma emergência exija evacuação da sua residência. Imagine que uma enchente está tomando conta da sua casa e você precisa fugir… A maioria das pessoas sai com a roupa do corpo e fica extremamente vulnerável aos desafios do frio, fome e doenças características de desastres como esses. Se cada um de sua família possuir uma mochila de emergência, ao menos os 3 primeiros dias vocês terão formas de manter a saúde de todos. Exemplos de itens para a mochila: filtro de água, comida não perecível, algum tipo de abrigo, cobertores aluminizados, faca de sobrevivência, powerbank e etc.
Estoque 3 meses de recursos para sua casa: Sua casa é seu templo e refúgio. Se o mercado não tiver mais produtos ou as ruas se tornarem perigosas, o que você vai fazer? Pois é, por isso é importante construir um bom estoque de comida e insumos para que você possa trancar a porta da sua casa e não precisar sair de dentro dela até a situação melhorar. Todos os pontos são importantes: comida, material de higiene, limpeza e tudo o que você geralmente consome na sua vida particular.
Com esses aspectos em andamento, tenho certeza de que você terá maior capacidade de lidar com as situações urgentes que podem surgir no seu caminho. Lembre-se que até mesmo as menores ações podem ser decisivas para suas chances de sobrevivência aumentarem ou diminuírem.
Um pensamento aos que moram grandes centros urbanos.
Geralmente o sobrevivencialista mais avançado está fora das cidades pela simples razão de que a regra nunca mente: quanto mais pessoas, mais problemas. No entanto, isso não significa que você precise se tornar um eremita e deixar o local que você gosta para trás! É possível ter um bom nível de preparação e ainda morar em ambientes urbanos, você só precisa ter estratégias mais afiadas.
O grande problema das grandes cidades é a impossibilidade de transporte em casos de crise e o aumento expressivo da violência durante uma possível crise social. Por isso, aqui vão algumas recomendações específicas aos amigos urbanos:
Tenha fontes confiáveis de notícias: Se algo de ruim for acontecer, você precisa ser um dos primeiros a saber. Crises políticas, financeiras ou de qualquer outro tipo precisam ser o foco de monitoramento! Isso porque quanto mais cedo você estar ciente do risco, mais rapidamente pode decidir se vai evadir da região ou se preparar para a tempestade.
– Atenção situacional afiada: O maior problema das grandes cidades é a violência. Por isso, não seja uma ovelha desatenta! É importante criar a conduta de atenção constante quando você não está em lugares seguros. Isso significa não ficar distraído com o celular enquanto espera o ônibus, andar com a cabeça na lua no meio de ruas desertas e todos os outros clichês de segurança pessoal que você já conhece. Um sobrevivencialista urbano é, antes de mais nada, LIGADO.
– Tenha um plano de fuga: Parece estranho dizer isso, mas faz parte! Se a cidade for um local perigoso demais para permanecer, como você sai dela? Conhece as rotas secundárias? Sabe quais as melhores vizinhanças? Saberá se esquivar das zonas de trânsito travado? É importante não só planejar como também tirar um dia para fazer essa simulação e sentir na prática se o seu plano funciona.
– Considere um abrigo secundário: Se você precisar sair da cidade, para onde vai? O abrigo secundário pode ser uma chácara, a casa de um familiar ou qualquer outro local que possa servir de porto seguro durante uma situação de perigo. Se você não tem lugar algum para ir, considere buscar por alternativas, afinal estar sem abrigo e com a sua família durante uma crise social não é o melhor cenário.
Em conclusão…
Não se trata de paranoia ou fobia. A história está aí para nos mostrar que infelizmente desastres acontecem e, com eles, muitas vidas são tomadas. Ao longo da existência humana várias civilizações consideradas poderosas caíram e hoje o que restam são apenas suas ruínas… E a nossa pode ser a próxima! Por isso, é importante estar preparado para manter-se bem e proteger os seus.
Dentro do Sobrevivencialismo temos um ditado que resume a nossa conduta de enfrentamento a essas situações, que é “esteja preparado para o pior, torça pelo melhor”. Não somos torcedores do apocalipse, mas sabemos que ele pode estar sempre na próxima esquina. Ele pode ser global, nacional ou até mesmo familiar… então a preparação pode nos dar mais chances de não virarmos estatística. Por isso e, para isso, dedicamos nossa vida para garantir a segurança de quem é importante para nós.
Esteja #ProntoPraTudo!
ESTE CONTEÚDO FOI DESENVOLVIDO EM PARCERIA COM O BLOG SOBREVIVENCIALISMO.
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