Normandia, noroeste da França, 6 de junho de 1944, uma terça-feira.
Este foi o palco do Dia D, ou Dia da Decisão, a maior invasão aeronaval que já existiu, quando milhares de soldados das Forças Aliadas realizaram o Desembarque da Normandia para combater o Eixo. Foi o marco do início da libertação do continente Europeu da ocupação nazista durante a Segunda Guerra Mundial.
Reino Unido, União Soviética, Estados Unidos e China formaram as Forças Aliadas em momentos diferentes da guerra. A França esteve entre os Aliados antes de ser ocupada em 1940, e entre os Aliados vencedores, depois da sua libertação, em 1944.
O Eixo era constituído por Alemanha, Itália e Japão. Ao longo da Guerra muitos países juntaram-se ao Eixo para obterem benefícios econômicos e territoriais.
Coube ao Tenente-general inglês Frederick Morgan elaborar um plano detalhado para invadir e reconquistar a Europa de assalto. Pouco menos de 1 ano antes, em agosto de 1943, ele apresentou o documento com o codinome Operação Overlord.
O DESEMBARQUE NA NORMANDIA
No Dia D, logo ao amanhecer, aviões já tinham bombardeado trincheiras alemãs, e paraquedistas já estavam em ação. Ao longo de 80 quilômetros das praias da Normandia uma frota em torno de 7.000 embarcações atracou, juntamente com centenas de tanques e mais de 150 mil soldados, oriundos dos Estados Unidos, Canadá, Inglaterra, Polônia, Bélgica, Grécia, Noruega, Luxemburgo, Tchecoslováquia, Austrália, França e Nova Zelândia. Além dos uniformes encharcados da água mar, lanternas, mochilas cheias de equipamentos, talheres e mantimentos, botas e meias úmidas, capacetes e o fuzil na mão, os soldados carregavam a coragem dentro do peito, prontos para encarar a maior missão de suas vidas.
Ventava forte, o que atrapalhou de certa forma o desembarque, com os soldados Aliados sendo recebidos por um fogo pesado de armas. Além disso, a praia estava repleta de minas e cheia de obstáculos, como arames farpados e estacas. Essa missão aquática recebeu o nome de Operação Neptuno.
O primeiro dia da invasão surpreendeu o comando militar alemão, já que a barreira naval de Hitler era temida por todos. E nesse primeiro dia, somente duas praias, Gold e Juno, foram conquistadas. As demais só foram tomadas no dia 12 de junho. Ao longo dos meses os Aliados foram conquistando espaço e retomando cidades e pontos estratégicos, como Paris, libertada em 25 de agosto, e Bruxelas, em 2 de setembro.
Em 12 de setembro, a fronteira alemã anterior ao início da guerra foi cruzada pelos aliados em Aachen. Enquanto isso, cidades industriais alemãs eram bombardeadas. No início de 1945, os norte-americanos (atacando pelo oeste) e os soviéticos (avançando pelo leste) foram galgando vitórias até chegarem em Berlim, comemorando, finalmente, a vitória dos países Aliados frente a Alemanha nazista de Adolf Hitler, libertando, enfim, a Europa e o mundo.
O BRASIL E SANTA CATARINA TAMBÉM FIZERAM PARTE DO DIA D
O que poucas pessoas sabem sobre o Dia D é que o Brasil teve representantes neste momento histórico mundial.
Por muito tempo, apenas um brasileiro era conhecido por ter participado da Batalha da Normandia. Trata-se de Pierre Clostermann, filho de franceses, mas nascido em Curitiba/PR, considerado um dos maiores ases da aviação de caça da França. Clostermann relatou sua participação de seus feitos no Dia D no seu livro, O Grande Circo. Foi também o protagonista do documentário Um Brasileiro no Dia D, roteirizado e codirigido pelo músico da banda Paralamas do Sucesso, João Barone, filho de soldado da FEB.
Porém, quis o destino que, Barone, em uma de suas visitas a Santa Catarina, para o evento anual da Associação Nacional dos Veteranos da FEB, em Jaraguá do Sul, observasse uma placa em homenagem aos Pracinhas da Segunda Guerra Mundial. Lá ele lê o nome de Arthur Scheibel, tendo falecido na Normandia, no dia 6 de junho de 1944. Assim ele descobre algo que poucos até então sabiam: que um catarinense também havia participado heroicamente do Dia D.
O CATARINENSE HERÓI
Arthur Scheibel nasceu em Benedito Novo, mas foi criado em Corupá. Nos anos 40 imigrou para os Estados Unidos, onde se naturalizou e tornou-se Tenente da Marinha Norte-americana. No Dia D, Scheibel estava em um dos navios que davam suporte às tropas no desembarque das tropas Aliadas. Porém, os nazistas atacaram as embarcações, explodindo e afundando o navio onde estava o catarinense, provocando sua morte e a de muitos outros que lá estavam.
Meses depois de seu falecimento durante o combate na Normandia, a notícia chegou até seus familiares por intermédio da embaixada brasileira nos Estados Unidos, o que causou enorme tristeza aos seus familiares, amigos e a comunidade em geral.
A Arthur Scheibel, e todos os outros heróis, brasileiros ou não, que lutaram bravamente e arriscaram suas vidas na Segunda Guerra Mundial, nossa honra!
CONTEÚDO EXTRA – OS VIKINGS E A NORMANDIA: AS INVASÕES DOS HOMENS DO NORTE
Pouca gente sabe, mas os Vikings estivaram presentes na região noroeste da França, deixando um legado pétreo ao mundo contemporâneo. Esse período na história é conhecido como o tempo de Invasões Normandas e foram incursões do povo nórdico em solo francês.
Antes de continuar, é preciso entender algumas coisas, guerreiro. Estamos falando dos séculos VIII e IV, então existem apenas manuscritos e evidências históricas que podem analisar apenas um ponto de vista.
As incursões vikings tinham como objetivo principal conquistar a região, atacando cidades e abadias religiosas, com o claro objetivo de conseguir mantimentos para a subsistência e expansão nórdica.
As incursões, concentravam-se inicialmente em cidades do litoral do Mar do Norte e, com o tempo, os vikings passaram a usar os rios da região. Os seus navios eram velozes, o que garantia um rápido deslocamento nas áreas atacadas. Posteriormente, os normandos passaram a utilizar cavalos e estabelecer acampamentos para organizar seus ataques, o que aumentou o alcance e eficiência dos ataques.
Com o tempo, as invasões foram cessando. Isso se deu, em grande parte, pelo estabelecimento de um reino normando na região. O Temível Normando Rollo foi designado para compor a nobreza francesa, por volta do ano 911 DC. É como diz aquele velho ditado: “se você não pode vencer seu inimigo, una-se a ele”.
Ainda, é importante que você saiba que a etimologia da palavra Normandia também tem origem nórdico. Os normandos (povo que acabou se estabelecendo na região), receberam esse termo porque, em francês arcaico, a palavra Nortmanni significava “homens do norte”.
Talvez por este motivo, meu caro irmão de batalha, é que ao pisar Normandia, o exército aliado teve forças para superar um inimigo tão numeroso e munido de mais armas e posições estratégicas de tiro.
Com certeza, neste dia, Odin sobrevoou a costa francesa, mudando a história do mundo, no começo do fim do conflito bélico mais importante do mundo moderno.
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