Em mais uma entrevista, a INVICTUS tem o exímio prazer de entrevistar a Aline Kanyo, uma verdadeira guerreira #ProntaPraTudo. Conheça sua história e saiba mais sobre ela lendo o artigo na íntegra. PRA CIMA!

INVICTUS – Conte um pouco de sua vida, seu trabalho e como chegou a ser uma influenciadora do mundo armamentista, sendo reconhecida no Brasil todo.

Me chamo Aline Kanyo, sou formada em educação física, treinadora de atletas amadores e profissionais. Sou atleta do tiro esportivo, instrutora e colecionadora de armas.

Na história da minha família nós tivemos que aprender muito cedo o que é lutar para permanecermos vivos. Sou neta de Húngaros e Croatas e os meus avós vieram para o Brasil fugindo de uma guerra, apenas com a roupa do corpo, sem dinheiro e sem sequer conseguir se despedir da família e se não fosse por isso provavelmente eu não estaria aqui.

Pensar sobre isso e olhar tudo que aconteceu na minha vida, em toda a minha trajetória, todos os meus projetos, poder falar do que eu acredito e tudo que eu tenho feito diariamente para tornar o nosso mundo diferente faz todo sentido com a minha história.

O início da minha história com o tiro é muito parecido com fatos que acontecem com muita frequência com homens e mulheres no Brasil, comecei neste mundo por problemas graves com segurança que passei. Foram quatro assaltos em apenas 3 meses e em todos eu estava sozinha em casa. Foi quando comecei a atirar e me apaixonei pelo tiro e pelo colecionismo.

Como amante dos esportes, é claro que levei também o tiro para esse lado e me tornei atleta, fui conhecendo diversas modalidades até que apaixonei pelo tiro ao prato ao qual me dedico até hoje.

Quando comecei a frequentar os estandes de tiro era raro encontrar mulheres. Então logo pensei, vou ajudar a atrair mais mulheres e motiva-las. Comecei a postar um pouco mais da minha vida, dos meus treinos e da minha coleção nas redes sociais, foi um sucesso.

Nessa época também não existiam mulheres que postavam ou falavam do tiro nas redes sociais no Brasil. Sobre colecionismo ainda sou a única, mas sobre outros conteúdos dentro do tema o crescimento foi muito rápido. Senti que deveria dar alguns passos a mais e me formar como instrutora para aprimorar ainda mais os meus conhecimentos, experiência e trazer mais confiabilidade para as pessoas que me seguiam.

Me formei como instrutora de tiro a alguns anos, após a formação ainda demorei a começar a ministrar os meus primeiros cursos, pois sempre considerei que deveria me especializar muito para estar na frente de uma linha de tiro. Existem alguns cursos que eu considero obrigatórios para ser um instrutor de tiro e um deles é o curso de APH. Então me especializei muito antes de iniciar.

Após isso, ministrei diversos cursos, principalmente para mulheres, os quais sempre gostei muito. O público feminino geralmente procura por um curso de tiro porque passaram por algum tipo de trauma, ou por aquele tradicional medo cultural criado por desconhecimento com a narrativa de que armas matam. Esses traumas e narrativas sempre tornaram os cursos femininos muito mais desafiadores e interessantes. Ver o resultado positivo ao final de cada curso sempre foi muito gratificante.

Atualmente com a rotina de outros trabalhos, viagens, não consigo mais ministrar cursos, mas continuo sempre presente nas redes sociais ajudando as pessoas e tirando as dúvidas e quando estou nos estandes sempre gosto de poder contribuir com meu conhecimento.

Hoje, com muito orgulho eu sou a embaixadora da maior feira do segmento no Brasil a Shot Fair Brasil ao lado do meu grande amigo e atleta Olímpico Felipe Wu. 

Outro marco importante é a minha marca de armas que leva o meu nome, a KANYO DEFENSE, fabricada nos USA. São carabinas produzidas pela conceituada marca americana WMD, customizadas especialmente com a minha curadoria para o Brasil através da importadora WANTEK. A KANYO DEFENSE é a consolidação de um sonho e fico muito feliz de poder trazer para o público brasileiro uma arma com tanta qualidade.

INVICTUS – Você sempre fala que arma não é morte, e sim defesa e esporte. Você pensa que as mulheres precisam ter um despertar para o armamentismo, dado que elas são o eixo da educação familiar?

As pessoas quando falam de armas elas costumam associar a agressão, morte e nunca em proteção, defesa e muito menos ao esporte, que inclusive trouxe a nossa primeira medalha de ouro em uma Olimpíada.

Muitas mulheres procuram o tiro depois que passaram por algum trauma, e deveriam fazer o movimento contrário, procurar o tiro para se familiarizarem com esse universo e poder optar de forma consciente e estarem preparadas para se protegerem caso achem necessário.

O interessante que eu mesma já passei por essa situação, as pessoas sempre me questionam o porque gosto tanto de arma, que isso é perigoso e etc… Quando conto a minha história e explico tudo que passei elas refletem, nem que seja por um minuto, e consigo ali plantar uma semente de mudança.

Nos meus cursos, sempre falo para as sobre a importância do papel feminino na sociedade, sempre ocupamos papéis de destaque. Mas o principal deles é que somos responsáveis pelo equilíbrio do lar, pelos cuidados com a família e a educação das nossas crianças. Papel fundamental, na construção de uma sociedade com princípios.

E nós mulheres também somos responsáveis pela segurança familiar e também em educarmos os nossos filhos repassando estes conceitos, desta forma criamos pessoas capazes de defender a família e o seu país.

INVICTUS – Quantas Armas você detém em sua coleção? Qual a sua favorita?

Essa é a pergunta que mais me fazem. Como colecionadora sempre evitamos divulgar quantidade, são muitas mas obviamente não tantas quanto eu gostaria. Esse universo da coleção é fascinante e como atleta também existe uma necessidade natural de se ter diversas peças diferentes por modalidade. Eu amo as minhas armas de tiro ao prato, italianas da marca Perazzi.

INVICTUS – No ano passado você foi nomeada embaixadora da Shot Fair Brasil, realizando um amplo trabalho de divulgação do universo armamentista, principalmente junto ao público feminino. O que essa nomeação representa para você?

Fiquei muito feliz com o convite da Shot Fair Brasil. Ser embaixadora é a consolidação de anos e anos de trabalho dedicados a divulgar o tiro de maneira consciente e responsável. Essa nomeação também é importante para todas nós mulheres, demonstra que temos o nosso espaço e muita relevância no universo do tiro. A Shot Fair é a maior feira de armas do Brasil e tem tudo para estar entre as maiores do mundo como feira de negócios e aberta para o público civil. Me sinto extremamente lisonjeada.

INVICTUS – Qual o incentivo ou dica que você dá para as mulheres que querem iniciar na Prática de Tiro Esportivo?

Primeiramente que o tiro é um esporte completo e maravilhoso. Que procurem um bom clube de tiro, com bons instrutores. Procurem conhecer as diversas modalidades esportivas para que possa praticar as que mais gostar e na parte da defesa procurem instrutores de referência. Estarei sempre disponível para vocês nas minhas redes sociais e caso me encontrem pessoalmente não deixem de falar comigo, ficarei feliz em poder ajudar.

INVICTUS – Por último, o que significa a LIBERDADE pra você?

Liberdade é algo inegociável, um direito universal de todos. Respeitar a liberdade do próximo e respeitar também a sua própria liberdade. Um sociedade madura, evoluída, equilibrada, ética e com princípios respeita as suas leis e a liberdade dos seus indivíduos.

INVICTUS

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