Rangel Farias é um educador físico formado pela Universidade Federal de Santa Catarina, Diretor da Federação Catarinense de Muay Thai, CEO e Head Coach da RFA.
Ex-atleta profissional de Muay Thai e Kickboxing, também tem um background na capoeira, é faixa preta de TKDITF e faixa marrom de BJJ.
Com quase 30 anos de experiência neste universo, esteve em contato direto com a elite do esporte. Foram 11 anos como atleta e atualmente 15 anos como treinador, tendo treinado nomes como Borrachinha, João Zeferino, entre outros.
Conheça mais um pouco da história de Rangel Farias na entrevista a seguir:
De Rangel Farias a Mestre Rangel Farias, como sua história começou? Conte um pouco da sua trajetória.
Então, eu era atleta de surfe e de futebol, e aos 16 anos sofri uma agressão e perdi o olho direito. Comecei a andar armado, procurando vingança, e aí conheci as Artes Marciais, Taekwondo e Keysi, e nunca mais botei a mão numa arma. Foi a minha cura para aquela dor, usei aquele monstro ao meu favor e virei lutador. Isso foi em 95, em 98… Em 99 eu fiz a minha primeira luta profissional, e aí comecei também no Muay Thai em 99, e… tô aí.
Em relação ao mundo da luta, você acha que já chegou aonde pretendia ou ainda há algo que você almeja bastante na sua vida profissional?
Eu estou muito grato pelo momento que eu estou vivendo, e muito grato pelas pessoas que eu tenho conhecido, o Ian é um deles, um cara que me proporcionou isso, e assim, acho que a minha intenção sempre foi trazer o mundo mais profissional do mundo da luta do Brasil e fazer com que os atletas consigam viver um pouco melhor da luta, né? Então nada foi conquistado, acho que ainda falta muito. E bora, tenho só 45, tô no começo!
Como você percebe o Muay Thai no Brasil?
O Muay Thai no Brasil ultimamente tem me deixado muito feliz. É um momento de uma crescente gigantesca! Tu vês que os maiores eventos de luta hoje no Brasil são do Muay Thai. Então isso me deixa muito feliz, mas ainda temos que ter a assiduidade dos eventos. Se a gente conta com estádios de evento, isso faz com que a gente consiga ter periodicidade neles. Então isso vai garantir aos atletas mais rodagem e assim ganhar mais dinheiro, podendo viver mais da luta. Então eu vejo que o Brasil hoje é o segundo país do mundo no Muay Thai. Já ultrapassamos a França, que era o que vinha depois da Tailândia. Então eu estou muito feliz!
Qual a melhor experiência que você já teve na luta e qual foi a mais decepcionante?
Cara, como atleta, minha melhor experiência foi defender o meu país. Cheguei a grandes eventos representando o Brasil, e ver o hino nacional tocando… isso é uma marca muito grande! E decepção no esporte? Não tenho decepção, acho que eu faria tudo de novo e acho que tudo é pra evolução no esporte, da gente. Então não me decepcionou nada não.
Nas suas redes sociais, muitos seguidores te chamam por diversos apelidos. Quais as origens deles?
Ah, assim, olha… eu tenho muito amigo invejoso, né? (RISOS)
Então… Bob Esponja é por causa da cabeça quadrada (RISOS), e foi o Werdum e o Ian que botaram esse apelido. Eu gosto mais do Wolverine, do Aquaman… (RISOS) Zé Ramalho também não gosto… Sabe qual é o meu apelido na minha família? Zé!
O que te inspira a ser quem você é hoje e qual conselho daria para quem busca a inspiração em você?
Acho que a minha missão de vida hoje é fazer com que as pessoas utilizem da arte marcial, eu vejo uma ferramenta de bastante libertação aí. Foi o que me salvou, salvou minha vida, então hoje eu tenho como intenção de vida fazer com que a experiência de todo praticante dentro de um tatame sirva pra melhorar a vida dele, da porta da academia pra fora, e o principal, da porta de casa pra dentro, que é onde as pessoas que mais sofrem ao nosso lado convivem com a gente, porque nossa família são as pessoas que mais vivem os nossos monstros, onde a gente explode mais, onde a gente tem menos visão do que faz mal pro próximo.
Para você, o que é estar Pronto Pra Tudo?
Então, essa é uma pergunta bem interessante porque esse é exatamente o princípio da arte marcial. Toda vez que tu fazes uma formação e sentido, tu montas uma postura de estar pronto. Então, o estar pronto é realmente encarar os problemas de frente, com força e atitude, e não fraquejar nunca. Ontem eu ainda falei sobre isso, a arte marcial é interessante na questão dos exercícios. Fazer atividade física é também não se entregar para o cansaço. Então, tu estares pronto para encarar os desafios, isso já começa num exercício do treino no tatame, tu estares pronto para encarar sair da zona de conforto. O cansaço vem e tu encarares, a dor vem e tu não fraquejares pra ela, isso já vai te blindando, já vai formando um psicológico mais forte.
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